terça-feira, 22 de novembro de 2016

TRANSMUTAÇÃO




Dá-me o sono
enquanto a solidez
desfaz-se em água e sal.
Permito-me condensar o volátil
e contenta-me o remanescente
escorrido da veia do acaso.
Enquanto vinga a memória
as raízes adentram sem dó.
Macro cosmo absorvido
sem ressalvas.
Acalmo o magma
cristalizado nas palavras.
Faço matéria os sonhos
que ocupam minha alma ainda.


quinta-feira, 17 de novembro de 2016

ENQUANTO POETA





Um estado além de.
Transcendendo
as emoções,
a dor e alegria,
meras expressões.
Com a mesma lágrima
e o mesmo riso
ignora os sentidos,
o tato, o fato,
o peito ofegante.
Camufla as setas,
esconde o brilho
transpondo
delimitadas linhas,
invisíveis sinais.
Absorvendo
faróis aparentes,
luzeiros na noite,
catalisador,
concede impressões
entregue e só.
Disposta fatalidade,
intensidade igual 
para tudo sentir.
Absoluto
na propriedade
de somente sentir.
No posto ilhado
observa a vida
que vem e vai
e assim compõe,
sempre o mesmo
retrato inflamado
de um estado
além de.
Dele mesmo.

POR TRÁS DO VIDRO FOSCO