Para a
poesia de Thiago de Mello
Por mais que a palavra dor
crave no peito feito lâmina,
por mais que deserdados,
calados e na própria terra
apunhalados e exilados,
por mais que nos espreitem
nas esquinas do mundo
e nos encharquem de enganos,
nem por isso deixaremos
de cantar nem de plantar
girassóis nas sombras.
E nem será desacreditada
a claridão da manhã,
Aprendemos com as luzes
da escuridão e dos sonhos
e no caminho dos ventos.
A nossa escolha será a mesma
com a verdade que nos tocou.
Levem-nos pela mão os meninos
e nos arrastem os sorrisos
ternos
de amor inflamado nas auroras.
Preparemos amanhãs.
Ainda habita no coração a
liberdade
viva e transparente da poesia
sempre em permanente ebulição.