quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Permanências Outonais

Hoje eu sou o adubo do meu fio.  O que escolherá entre sucumbir na lama ou fundir-se à semente, reiniciando o ciclo constante.  Que Deus se apiede de mim e me socorra na pintura dessa imagem.  Inspiração para as cores, é disso que preciso.  Também dizer adeus ao que eu penso saber.  Limpar-me e deixar-me livre para que me seja enviada a inspiração do mais divino de mim. E me preencha de mim.  A sabedoria ao buscar o pincel mais fino, a tela mais suave e clara.  A resistência à sufocação das tintas.  A moldura mais perfeita.  A adequação ao expor a consistência de um fio retocado.  Pelas sábias mãos da vida.

Salão de Baile

Ainda ficarão infindáveis
tantas histórias...
Alegres, tristes, passionais,
mas reais e possíveis,
a enriquecer páginas
e a imaginação dos poetas.
Permita Deus
que eu esteja a ouvi-las
enquanto perdurar o amor,
o encanto por essa vida
que é bem-vinda e tão linda.
E a saga continuará
pelas noites...

URGÊNCIA

O poeta fareja o odor da paixão
e é seu alimento.
Enxerga a aura porque dela faz
a sua busca e substância.
Tão inconfundível e rara a cor
ele a divisa e encanta-se
com o poder que ela tem
de transformar vidas
e designar caminhos.
Nunca precisamos como agora
- diante de tanta superficialidade -
de almas apaixonadas
e de poetas para exaltá-las...

sábado, 22 de outubro de 2011

PERMANÊNCIAS OUTONAIS

       
          

            Prosa Poética (2010)

Permanências Outonais é um livro de ficção em prosa poética, com divagações de uma personagem altamente permissiva nos seus questionamentos. Partindo da observação das estações do ano, o trajeto suicida a leva à redescoberta da vida. Nessa viagem, que passa por fases da infância, amores, perdas e conquistas, a personagem se reinventa, redescobrindo o prazer nas coisas simples da vida. Ressalta a evolução intrigante de sentimentos multifacetados, levando o leitor a experimentar as mais diversas sensações.
      

SALÃO DE BAILE



Contos (2001)

Salão de Baile é um convite à dança.  A autora se aventura na construção dos contos e retrata de forma sensível, as diversas atitudes e comportamentos de homens e mulheres freqüentadores de bailes noturnos e amantes da arte de dançar.  Aborda também aspectos sociais e emocionais.
Às vezes engraçadas, outras sérias, eróticas ou românticas, as histórias nos levam a um universo hilário, diversificado e apaixonante.
Salão de Baile foi mencionado como pesquisa para o filme “Chega de Saudade”, pelos roteiristas Luiz Bolognesi e Laís Bodanzky.




...Donde estas corazon, sombras nada mas... Impossível não ser passional.  Impossível não deixar o coração inundar-se também pela emanação da dança. 

A mulher sem sorrisos se levanta nesse final.  Com as pernas ainda amolecidas pelo prazer, sai visivelmente tropeçando. Não vê mais nada a sua frente. 

Alguma noite se espera que ela tropece em algumas pernas e arda por alguma boca.

DO PARAPEITO VITAL



     Poesias (1996)
              
Poemas que apresentam profunda reflexão e  revelam a perplexidade diante da magia da criação.  A poeta se amplia, se atira, se contempla e nos revela a paisagem de seu interior como se vista por uma janela – a dos seus olhos, a de suas memórias, a da sua sensibilidade aguda e suave – num vôo sobre as sensações maduras e prontas para a colheita. E ainda: seus versos são claros, nos tocam no fundo do fundo dos nossos sentimentos esquecidos. Assim define Ana Cristina Teixeira, também poeta, os versos  Do Parapeito Vital.

 

URGÊNCIA DE AURORAS



                      Poesias (1992)


Caio Fernando Abreu, no prefácio, diz que Urgência de Auroras revela-se e sintetiza-se a partir do próprio título.  Foi escrito com urgência de anunciar e esperar por coisas mais claras, por novos começos, com pressa de assistir à chegada das luzes limpas da manhã. O susto e a cisma com que Vania observa as coisas de fora, e as de dentro, jamais são autocomplacentes ou derrotistas.  Há sempre uma vigorosa vontade de luta emboscada nos poemas, ou, no mínimo, a consciência de que nessa “invenção de viver” – como ela diz – cabem às vezes quedas, recuos e medos. Não desistências.