Quando eu
vim,
esvaneceram
meu ser,
cobriram
de cinzas os olhos.
Quando eu
vim,
num
labirinto esconderam
o saber
que eu sabia,
num ponto
atomizado,
trancaram
armadilhas.
Quando eu
vim,
levaram-me
as cores,
afastaram
de mim o espaço,
limitaram-me
ao corpo.
Quando eu
vim,
tropecei
em invenções,
tentei
passagens, inventei deuses
e por
milênios persegui o que estava perto.
Pois
ainda me permitiram
o sol, a
lembrança, o arco-íris, a vontade.
Hoje, num
vôo leve, me vejo.
Dispo-me
sem medo dos disfarces tolos.
Sinto a
centelha divina. Memória de luz.
Reconheço-me.