Sabiamente,
ousadamente,
sussurras tua
intenção devassa.
Libero as
barragens das minhas veias
e como um rio abundante, devastador,
percorre em mim
teu desejo.
Reacende em tempo
o mesmo querer do cio,
enquanto
entranhas, pele, músculos, pêlos
estremecem ao
chamado.
Teu desejo entra
em mim
consentindo o pecado.
(Excita mais,
sendo assim dito e marcado,
-
pecado. Sublime ato.
Pois nada se opõe
à natureza
que nos criou
voluptuosos e infames,
fugazes e
pérfidos, promíscuos e profanos.
No êxtase de
seguirmos seu curso,
somos belos, somos
perfeitos).
Teu desejo me
licencia à luxúria
desregrada e permissiva,
sem remorsos, sem
máculas, sem amarras.
Incita e traz a
lembrança da vida.
Que será sempre
justificada
na harmonia da
pulsão de todos os corpos.
Teu desejo me cria
assim, lasciva,
sensualizando em
pensamento, palavras.
Semeias semens na
minha alma.
E versejo
orgasmos.