Ofereça-me o
novo, mas atente,
sem pretensão, de olhos vendados
parecerei
alheia na multidão.
Em vão pensas no que me contente.
Bem
sei dos meus sonhos velados
e do que resvala na minha mão.
Dirás mudanças de hormônios,
ressentimento dos desacertos,
medo, preguiça de recomeços,
perda, anulação dos neurônios.
Diga o que quiseres, o que vem
terá que exceder-se na sedução,
para sobrepor-se ao que me contem.
Não bastará só um ensaio de maturação,
pois me componho
assim,
flor do vento, aspirando
aragens
e dançando sob as luas.
Só
em mim resplandecerá o movimento,
o sentido dos deslizes
entre as pedras nuas.
Mesmo retendo o que já vivi
feito um diamante,
o que pode ser ainda
me desadormece;
volto à nascente da alma, me faço errante,
ainda reverencio e acolho
o que me estremece.