terça-feira, 4 de janeiro de 2022

VOZ DO MEIO DA NOITE


 


Não, o sonho se foi e os vidros nos meus pés

não podem mentir.  Meus olhos ardem e não

posso fechá-los. O retrocesso seria covardia

e consequentemente, auto anulação.

Minhas mãos estão à frente,

apalpando e dissolvendo as paredes.

Meu ser inteiro reage, como se para animar

uma possível queda.

Sim, agora é o momento preciso

para as respostas.

Eu estou caminhando no meu caminho.

No meu.

 

Do livro Do Parapeito Vital, 1996