Tento exercícios
telálgicos,
e pretensiosa que
sou
quero arrancar a
dor do teu peito.
Não perguntes por
que.
Intimidam-se os
poetas
com o aplauso e o
louvor,
ao mesmo tempo em
que almejam
a palavra tele
cinética, na alma.
Busco apenas permissão
e acolhida,
para eu entrar
onde careça movimento.
(Porque no fundo é
assim, e tudo passa,
com aragem ou
ventania)
Sei que
conseguimos sim,
abrir nossas
janelas,
no entanto
ostentamos telados reforçados
por inevitáveis
resquícios telúricos,
das nossas muitas
histórias.
(Esquecemos a
emoção, a euforia,
os momentos
fugazes?
Que tempestade
arrastou o delírio da paixão
e também o desejo
de ousar?
Que mornidão é
essa
a que nos
condicionamos?
O temor antes do
amor?)
Poderia não
recorrer aos parênteses
para encobrir a
timidez,
a comprovar os nós
atados,
e a nossa auto
mordacidade.
Mas tem força
alquímica
a intenção dos
poetas
e enquanto
inexistem em corpo,
à distância
movem-se voláteis,
reinventando o
lúdico,
vibrando o milagre
da fênix.
Que aconteça um
arrastão telepático
e nos permita
fecundos, livres
para brindar a
vida, enfim.
Quem dera houvesse
a palavra sinérgica
de tal maneira,
que ao pressentir- novo-,
teu passo
ensaiasse outro ritmo,
que ao ouvir-beijo-,
teus lábios
umedecessem fartos,
ao sentir-aragem-,
tudo em ti
respondesse ventania