Quem diz da tristeza do
poeta
quando assiste, empurra
para dentro,
consternado vê injustiças
e coleta,
elegendo a sua alma como
centro.
Quem diz do fel que
engole,
assimila, macera o joio,
tritura,
coagula o sangue que
escorre,
enquanto superação mistura.
As notícias de sempre exasperam,
são as mesmas desde o
raiar do dia.
Caim mata Abel. Há muito
impuseram
que impere o poder da
covardia.
Que o alcance os que
puderem!
Deixa-se ilha em meio às
lágrimas
tornadas nele oceano, até
secarem
os desencantos das
forças ilegítimas.
Quem diz da tristeza do
poeta
quando extasiado
contempla a lua,
nas nuvens esconde e fugaz
deleta
do poema, a dor que gerou
sua.
Permitam vez em quando
que chore
a alternância entre
morrer e viver.
Muitos abismos paradoxos
escolhe
e como pertencente tenta
se absolver.
Recolham com desvelo seu
fruto!
Pelo poeta as dores são filtradas,
convertidas em bálsamo absoluto,
no amor-compaixão transmutadas.