Que te esqueças de contar as gotas,
não contes. Até descobrir-se
sorvendo aos goles
o que vem sem medidas:
a poesia, a emoção.
Que degustar seja um ato prazeroso,
delicado e na surpresa do gosto
se faça novo acorde para a sinfonia
que escrevemos na alma.
Imaginamos os movimentos,
ensaiamos os passos e a sintonia se faz,
intensa e farta. Reergue-se a vontade
e estamos atentos, leves, entregues
a este presente que dançamos agora.
Somos raros e privilegiados.
Existe música. E a ouvimos.