Na aparente desordem
do movimento dos corpos,
extasiado contemplo
o absoluto da noite.
E nesse absoluto imutável,
onde meu corpo se move
em constante noite,
a desordem não é, senão
a simetria perfeita
para o milagre que surge,
assim, no êxtase.
Recepciono o instante
em que o arrepio
domina os poros
e transpassa por mim,
a vida.
Sei, sou o passageiro
nesse quadro constante.
Sou o efêmero, o pó
que ao pó retorna.
Mas tão completo
quanto ao êxtase
que vinga ao movimento,
tão integrado
quanto ao movimento
que se junta à desordem,
Tão pleno
quanto ao aparente
que rege o absoluto,
tão presente
quanto ao absoluto
que perfaz o eterno,
tão eterno
quanto ao instante.
Do livro
DO PARAPEITO VITAL
de Vania Clares
Este poema foi muito bem escrito. Me causou um estalo na mente que me deixou pensativo.
ResponderExcluir