que
este arremesso constante
à
direção da dor
é
covardia, exagero,
autodegeneração.
Direi
não ser hipócrita.
Direi
também sofrer
de
atração congênita,
ao
rebuscar matéria-prima,
num
desafio ousado
à
sobrevivência.
Que
em cada segundo
impera
a intensidade
e
preciso viver todos,
indiscriminadamente.
Mesmo
assim ilhada,
neste
obstinado farol
que
me armazena de realidades,
ainda
brotam sementes,
cultivadas
como segundos e lágrimas.
De
onde às vezes ressuscito
pelo
outro que me aborda,
de
densa aura nivelada,
triturando
sementes estéreis.
E
não me negarei ao socorro
para
o que é sombra
e
já está em mim.
Então
levito ressurgida
quando
me estendes a mão
e
te ofereço minhas flores.
Dispensarás
tua máscara.
Aí
então te reconhecerei.
POR TRÁS DO VIDRO FOSCO