Terás
direito a cafés nas manhãs,
com
pão e manteiga
e toalhas brancas.
A
ler jornal de pernas largadas
e
a não ter pressa de levantar.
Terás
direito a fazer amor
quando
tiveres vontade.
Na
relva quente, no meio da chuva
ou
sob a luz da lua. Decretaremos
a
liberdade além de quatro paredes.
A
assistir filmes pornôs
ou
futebol. Fingirei dormir
ou
então, a um toque,
embarcarei
na tua fantasia.
Terás
direito a um último beijo
antes
de alcançar a esquina,
envoltos
em neblina, de mãos dadas,
estenderemos
nossa meninice
às multidões.
Terás
direito a rir, ao compartilhar
complacente,
extasiado, da alegria.
E
a desfrutar de seus raios,
enquanto
permanecer a cumplicidade
e
a motivação dos sentidos.
Terás
direito a ser o único,
porque
isso não se obriga,
se
sente, se sabe apenas.
A
ter ciúme e brigar
quando
me vires rodopiar
nos
braços da ilusão.
Terás
direito a pedir perdão
se
acaso tentares um jogo
de
sedução que não seja mútuo.
De difícil e inatingível me disfarçarei,
para
comigo brincares de conquistar.
Poderás
contar tuas histórias,
ouvirei
todas como primeira vez,
colorir-me com flores do campo
e violetas,
sem
datas para comemorar, todas serão.
Terás
direito a não ficar calado
quando
eu chorar,
abraçar-me ternamente
e
saber que em ti fui buscar
o
oásis e a tempestade da vida,
a
harmonia e o desequilíbrio de amar.
Terás
direito aos dois,
se
for teu desejo me querer
do
direito ao avesso.
E
estranhados por estarmos
assim
entranhados
por
simplesmente bastar-nos felizes,
teremos
mais do que direito a sermos.
Do livro
PLENITUDE
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