E outono seria sempre verde com folhas a cair com o vento. Quando todas
as pessoas reavaliam as ações, tratando a pele tostada
pelo sol ainda,
quando um pingo de tristeza do
cinza desce pelas faces. O outono, em que as folhas ressecadas, conformadas e
obedientes pelo seguir da natureza, abandonam
seus galhos e se deixam levar.
Sim, nenhuma estação
seria tão coerente quanto o outono, mas ainda não estava certa. Pois
cederia o lugar às folhas novas, ao verde mais claro, à densidade mais tenra, à
textura mais úmida. Cederia lugar à possibilidade de se reciclar. Porque tudo é assim,
permissão e complacência. Ceder, permitir
que o novo exista. E para isso, exercer a sua função.
Continuidade, simplesmente continuidade. Envergar a cabeça,
reconhecer a parte
que lhe cabe,
sair de cena, rolar
ao vento, definhar
no solo, adubar
a terra, ao pó sucumbir. – Como vieste, irás ao pó.
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