quarta-feira, 23 de março de 2022

OUTONO, DE PERMANÊNCIAS OUTONAIS


 


E outono seria sempre verde com folhas a cair com o vento. Quando todas as pessoas reavaliam as ações, tratando a pele tostada pelo sol ainda, quando um pingo de tristeza do cinza desce pelas faces. O outono, em que as folhas ressecadas, conformadas e obedientes pelo seguir da natureza, abandonam seus galhos e se deixam levar. Sim, nenhuma estação seria tão coerente quanto o outono, mas ainda não estava certa. Pois cederia o lugar às folhas novas, ao verde mais claro, à densidade mais tenra, à textura mais úmida. Cederia lugar à possibilidade de se reciclar. Porque tudo é assim, permissão e complacência. Ceder, permitir que o novo exista. E para isso, exercer a sua função.

Continuidade, simplesmente continuidade. Envergar a cabeça, reconhecer a parte que lhe cabe, sair de cena, rolar ao vento, definhar no solo, adubar a terra, ao sucumbir. Como vieste, irás ao .


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