terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

UNO


Sou
o que formula
e não conclui,
o que ensaia
e não encena,
o que argumenta
e não contenta,
o que molda
e não contém,
o que grita
e não basta,
o que assiste
e não consente,
o que germina
e não cessa.
Magnético centro
de culpa e emoção,
elo catalisador do desequilíbrio,
pedra bruta
lapidada à força,
o ser inadiável,
inacabado, insaciável.
Sou o que sabe
que a melhor palavra
ainda está por vir
e que alguma coisa
subjuga, intima,
ainda fervilha
dentro de mim.


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