Escorre abundante em solitude
estranho e raro deslumbramento
quando me acerca de plenitude
a experimentação de fragmento.
Partículas absorvidas em refrãos,
distraídos lampejos longínquos,
passado quase presente, desvãos,
rastros das memórias, resíduos.
Largo-me então quando me vejo
obedecendo à essência dominante.
Destino-me ao legado que ensejo
sendo degrau, conexão ressonante.
E tu, que tão perto te avizinhas,
sabes de mim mais do que penso.
Percebe-me sábio nas entrelinhas,
no rol das palavras que condenso.
Recebe o que humilde te oferto,
nada sei de desfrutes póstumos.
Hoje, com nascente poesia flerto,
derramo em versos meus sumos.
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