quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

E DEIXAR VIR...


 

Restou a claridade inútil

de se saber lesado por algo,

capacidade para tolerar

erros e perdas cotidianas

e a posição quase imposta

de assistente e pensador.

Restou ainda vontade de falar,

fazer versos sem rimas,

um sonho que ainda não foi

e a percepção de um olhar amigo

sem tolices ou fantasias.

Restou agora um tempo de não fugir,

de recolher culpas e reminiscências

e deixar vir... o que vier


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