quinta-feira, 9 de junho de 2022

REMANESCENTE


O rastro do amor que estancou

também salva, milagrosamente.

Findou a agonia, o desejo cessou.

No decurso fatal, religiosamente

 

recolhe-se os feitos pelas bordas.

Amalgamadas, marcas de beijos

nos papéis amassados, as ávidas

palavras, promessas de arranjos.

 

Remanesce o silêncio, fragmentos

do enigma que envolve os amores

belos,  que acalmam sem lamentos,

mas encerram o traço dos fulgores

 

sentidos que serenavam a noite.

No mais que sagrado do coração

designa ao eterno, complacente,

mais que sentimento, devoção.

 

No acelerado preciso do tempo

jazem ternuras sacramentadas.

 

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