quarta-feira, 6 de outubro de 2021

SEM DESILUSÃO


 

Que não cesse o ato silente

ao aplacar o voo desandado

do teu imaginário indolente.

Aventura-te no ritmo acelerado

e não afrontas o que se mostra

insolente, só vês o que te apraz.

Olha-me e recebe o que frustra

sem adequação na pressa voraz,

encara o desafio de ir adiante.

Margeia as minhas imperfeições,

entende, releva o discrepante

julgamento das contradições.

Consente o ser que me habita

em essência, sem desencanto.

Permite o mistério que orbita

o sonho nos unir em acalanto.

Acolhe e aceita, doerá menos,

quem sabe em vida somemos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário