domingo, 26 de abril de 2020

DAS ESCOLHAS




A fome e a sede de doces palavras
denunciam o sonho e o meu desejo.
Quero voz para libertar as amarras,
minha ânsia delira no que versejo.

Como desassociar de mim o espaço
onde perfazem mil eus e seus rumores?
Arrasto as dores e nas almas me embaraço,
assumo como meus os seus temores

Céus! Concedam que em mim se recicle
todo o mal que os incrédulos germinam.
Seja eu poeta, aquele que ciente permite
se formar na essência o que ensejam!
  
E quando em mim o desalento acumula
o resto, a ira, a revolta, eu também lamento.
Ordeno, separo das palavras o que anula
o encantamento, e lanço ao dia renascimento!

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