Ela coloria os rios,
montanhas e cordilheiras,
lia gramática francesa,
observava as constelações,
comia tomates com açúcar,
vestia a boneca de louça,
de amora manchava a roupa,
fugia de um beijo, corava,
calava e refletia.
Ela divagava no parapeito
da janela de uma casa
que nem dela era.
Não entrava nem saía,
nada sabia e tudo.
Das distâncias e diferenças,
dos homens e das prisões,
das terras ocas, das pedras
e dos passos seguintes.
Tudo soube e sempre.
O bastante para entender,
que o quanto se quis grande
é o tanto que se permite
agora ser criança.
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