sexta-feira, 21 de maio de 2021

SINCERIDADE


 

Não se inventa

a necessidade

de rito, de afago,

de tato, de abraço.

Não se inventa

prímulas

florescendo

em manhãs de sol,

nem o arrepio

do toque intencional,

inconsequente.

Não se inventa

o brilho

que ilumina a face

e afasta o aperto

do cinza crepúsculo.

Não se inventa

o descompasso

da emoção,

nem a vontade

de te respirar.

Não se inventa

a ausência

que machuca,

nem o amor

que transborda

nesse

nem sei mais

o que pensar.

Não nos inventamos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário