domingo, 30 de maio de 2021

INCONCLUSIVA IDENTIDADE


 

Imersa na memória coletiva circundo,

aprimoro e recolho  tantos  saberes,

nem sempre entre os fazeres aprofundo

o que poderia ser sorvido em aprazeres.

 

Volto à memória da vida em versatilidade

colhida e sugada. Nas prateleiras os livros,

em cada página um espelho, a cumplicidade,

em cada personagem o rumo de escombros.

 

A conotação vívida,  a secura do momentos,

mas também a caminhada nas entrelinhas,

encontros decisivos, do todo,  fragmentos,

ideias despejadas sutis como que adivinhas.

 

Não me pertence a caução nem a certeza

do que se acumula a cada reverso da vida.

Não me remete a estrada a qualquer clareza.

Em muitos instantes, nocautes, a face lívida.

 

Muitos me trazem espelhos de luz vadia,

a esses imploro que se apaguem no limbo.

Mas rememoro depois , sensação tardia

do que é preciso reciclar,  mesmo o findo.

 

Deixo à desconstrução o que poderá ser

a minha identidade, a definição conclusiva.

De nada servirá agora o que eu me impuser,

obedeço ao incógnito, a rebeldia recessiva


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