Nem tudo beira o possível
quando negamos o inesperado.
Acumulamos véus de incógnitas,
não saberes no peito dilacerado,
e mesmo na expectativa indelével,
no indivisível entre súplicas aflitas,
nada se move ante as estáticas.
As chamas acesas da lembrança
ardem perenes por vezes catárticas,
em meio à sagração da esperança.
Mas a luz vence o entrave do vitral
e se declara liberta para versar
e, recorrendo a um efeito teatral,
envereda pelo ilógico ao ousar.
Tudo é possível quando o querer
vence e independente da ferida
ainda pulsa e vem nos socorrer
o chamamento, o clamor da vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário