sábado, 20 de novembro de 2021

DA AUSÊNCIA DA BOCA


 

Fizeram-me acostumar a calar.

Arquitetei e desgastei argumentos

insistentemente, inutilmente

quando fingiram não ouvir.

Ondas refletem infinitamente,

incorporam mansamente

a emanação massacrante

das alheias feridas ostensivas.

Cauterizo com subliminares

e determinações conciliadoras

nas entrelinhas das orações.

Reciclo a névoa, recomponho

pensamentos, lapido em poesia.

Grita mais alto na minha mudez,

a voz que vem de dentro.


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