Glória é brindar a prima
luz da manhã,
quando a noite concedeu-me
a poesia
de beleza e de crueza, quase
heresia,
recepcionada por minha
euforia pagã.
Glória é relembrar o tempo passado
e ter consciência de que
tudo vivido
foi intenso, e até o pouco
dispersado,
decretei fiel como impulso
absorvido.
Que me absolva a vida do
que não fiz,
não condene outros pela
culpa máxima
e não abdique de ser a
sempre aprendiz
na utopia do perfeito ou de
obra-prima.
Glória, permanecer nesse
estado alfa:
tenso, sereno, constante e
inconstante,
tão aproximada do que
aquece a alma
e domina, transborda
liberta, exultante.
E nesse compasso incerto e
insano,
misturado no conformismo e
glória,
comungando o divino e o
profano,
sigo registrando a minha
história.
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