Respeita o meu silêncio.
As marcas do meu rosto,
ignora,
os retratos do que vivencio
acumulo na caixa de
pandora.
Nem me avisa da falta de
reboco,
do cio acobertado pelo
descaso,
armadilha estranhada em
desfoco,
fingida defesa dita que transvaso.
Respeita a minha revolta.
Porque tudo parece
estagnado
e improdutivo e mesmo solta,
depois do caminho explanado,
ainda quebro as pedras da
estrada.
Respeita o cansaço que
arrasto
pelos tempos e tanto me
degrada.
E por isso eu te conto: desgasta.
Assisto às cenas e quase
decoro
as frases de efeito dos
mercadores,
dos estoicos e
dissimulados, demoro
a reconhecer os
escarnecedores.
Fecho-me em copas,
contundida.
Quando a morte me ronda
disfarço
e finjo que posso buscar
acolhida.
No eixo da minha mãe me
ressarço.
Respeita minha pose fetal,
daqui um pouco eu nasço.
Que me componha mesmo letal
um resto de luz, me refaço
naquela que sempre guardo
para as emergências.
Somente
ao perceberes como um dardo
o brilho nos meus olhos, veemente,
esquece meus pedidos
anteriores.
Se possível me enfeita de
flores
e me abraça de corpo e
alma.
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