Tudo se repete.
No asfalto giram as massas
e os sons avisam no cotidiano.
Nas faces se expressam
deuses mortos e despedaçados.
Respiro os fatos que são hoje
e resta expelir o ontem lembrança.
Os sinos continuam gozadores
e as pernas são subestimadas
inevitavelmente pelo tempo.
O poeta que me habita
é alimento e castigo.
Ah, se eu pudesse
ser só pensador, sem ter sono,
só poeta, sem cansaço,
sombra, sem corpo,
não partilhar, nem lembrar
uma raiz atolada
na mera consciência humana.
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