Os meios justificam os fins?
Anjos me tomam insistentemente,
de mim apoderam-se febris,
incitam-me simultaneamente.
Duela em mim a ânsia de seguir
e contemplar ora um, ora outro,
do marasmo nocivo e atroz emergir
e extinguir o pensamento que nutro
contra mim mesma, improducente.
Só imagino, delineio o fim pretenso.
Exaurida enfrento o meio e reticente
atravesso em dor e contrassenso.
Tento ponderar o que enumeram
no evidente espelho à minha frente,
mesmo nos desejos que me detiveram
em parte e todo, até o incoerente.
Esqueçam-me anjos do mal e do bem!
Peço trégua no coagido discernimento
onde luz e vida se esvaem e sucumbem,
deixem-me determinar o meu momento.
Enquanto todos os meios levam ao fim,
enquanto o fim abreviará todos os meios,
só me assistam anjos! Existir cabe a mim.
Atenham-se a meus aliados nos devaneios.
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