sexta-feira, 16 de abril de 2021

REALIDADES


 

Quando me vejo sujeito

e objeto experimental,

ao sabor da causa e efeito

do fútil valor aparental,

conformada e submissa

a absurda vontade geral,

não me posiciono omissa

encerrada em um contexto

onde a consciência carece

não argumentar pretexto

e encarar o que ensandece.

Inteirada do que me margeia

e exigido ser ativa reflexiva,

então escolho ficar alheia

ao que me rodeia, à deriva

(o divino mundo das ideias

é tão perfeito, lá consigo

vislumbrar essências).

Na poesia encontro abrigo

quando cruéis me atingem

vergonhosas realidades.

Ordeno-me a ter coragem

atônita em perplexidades.

Mas a fé tenho que reforçar

de que ainda terá salvação

(se muito me esperançar)

o ser humano. Turvação.


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