terça-feira, 1 de dezembro de 2020

PERMISSÃO


Deixa-me acender as luzes

de vaga-lumes que rodopiam

com as crianças na noite.

Deixa-me voar o voo

de beija-flor cintilante,

a sugar o néctar escondido.

Deixa-me estar no teu olhar,

calidamente, magicamente.

Deixa-me emergir no dorso

de baleia, reluzir ao sol,

mergulhar no ar e mar.

Deixa-me brincar nessa dança,

sem delimitar espaços ,

sem fixar tempo

ou medir passos.

Quero seguir o movimento

transbordante de vida.

Quando então inventarei

um ritual de amor,

deslumbrada e imaculada.

Aí enfim, seremos compensados

do suplício do casulo

e poderemos sem medo, exibir

nossas asas de arco-íris.

Que seja concebido o fruto

retido nas entranhas,

pois toda energia transmutará

a dor em explosão irradiante,

vibrará junto aos anjos

e ressonará pelo universo.

 


  

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