quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

OUTRA FACE


 

E veio um outro tempo,

amargo, real, aniquilante.

E veio mais um sabor,

o da derrota, do sangue derramado,

feridas antigas.

Esqueço a paz camuflada

se for preciso

para um canto mais vivo.

Devolvo a palavra, o gesto.

Sangro a ferida alheia

para cauterizarmos juntos

em simultâneos prantos.

Nasça um novo tempo.

Aconteça um fim geral,

para o que der e vier

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