segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

DAS MINHAS LETRAS


 

Despretensiosamente eu tento

não classificar o que escrevo

mas me espanta o que invento

uno-me à emoção e me atrevo

 

Descubro permissiva narrativa

nas entrelinhas dos meus versos

na passagem aberta e imperativa

denunciam segredos dispersos

 

Também sublimo sutil drama

e por mais que eu force o riso

espelha o íntimo que derrama

artimanha usada em desaviso

 

Procuro me nortear no lírico

e recriando cruéis realidades

o que imito de modo empírico

reflete amores e fatalidades

 

Que planejo fazer? Não imponho

e vêm em avalanche as palavras!

Enquanto penso que as componho

soberbas juntam-se em metáforas

 

Iludo-me ao crer que as domino

se tresloucadas se embrenham

dentro, fora, no que descortino

e são fiéis ao que testemunham!

 

Solto-as então! Que sejam livres

e sujeitas a que outros ao lerem

determinem apesar dos pesares

os valores do que elas proferem


2 comentários:

  1. Vânia queria as horas vazias para dedicar-me a descortinar-te. Mas vez em quando burlo as regras e fico no teu mundo mágico viajando. Nem parece que resido em universo tão tóxico, respirar nas suas linhas é mais fácil.

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  2. Lesni querida, emocionada com tuas palavras! Poesia é para isso mesmo, o universo é nosso, pode viajar. Gratidão!

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