quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

SALA DE ESPELHOS


 

Quando fatalmente adentrei

na temida sala de espelhos

derramei-me em fragilidade.

Desacertos e projeções listei,

imperfeições e ressonâncias.

Disfarcei que não vi, ignorei

o conhecido, os conselhos,

lancei-me às adversidades,

exigi, permiti abrangências.

Arrisquei-me no atrevimento

ao circunstanciar paradigmas

que cruelmente desnudaram

um longo ciclo de infâmias?

Exercitando o discernimento,

deflagrei profusos estigmas

que, na essência, consolidaram

o amargo de ações abstêmias.

Quando enfim me bastarei?

Quanto em mim contentarei

oferecendo o colo às aflições,

vendo no outro a prioridade?

Dá-me, espelho, aspirações,

apenas na luz a legitimidade.

Que a imagem estampada

na compaixão subestimada

não imole a minha verdade.

Faça sentido o que silencia,

o que segrega a ignorância,

de mim mesma liberta-me,

o autoagrado desperta-me.

Na minha face a unicidade!

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