Quando fatalmente adentrei
na temida sala de espelhos
derramei-me em fragilidade.
Desacertos e projeções listei,
imperfeições e ressonâncias.
Disfarcei que não vi, ignorei
o conhecido, os conselhos,
lancei-me às adversidades,
exigi, permiti abrangências.
Arrisquei-me no atrevimento
ao circunstanciar paradigmas
que cruelmente desnudaram
um longo ciclo de infâmias?
Exercitando o discernimento,
deflagrei profusos estigmas
que, na essência, consolidaram
o amargo de ações abstêmias.
Quando enfim me bastarei?
Quanto em mim contentarei
oferecendo o colo às aflições,
vendo no outro a prioridade?
Dá-me, espelho, aspirações,
apenas na luz a legitimidade.
Que a imagem estampada
na compaixão subestimada
não imole a minha verdade.
Faça sentido o que silencia,
o que segrega a ignorância,
de mim mesma liberta-me,
o autoagrado desperta-me.
Na minha face a unicidade!
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