segunda-feira, 19 de outubro de 2020

ENQUANTO POETA


 

Um estado além de.

Transcendendo

as emoções,

a dor e alegria,

meras expressões.

Com a mesma lágrima

e o mesmo riso,

ignora os sentidos,

o tato, o fato,

o peito ofegante.

Camufla as setas,

esconde o brilho

transpondo

delimitadas linhas,

invisíveis sinais.

Absorvendo

faróis aparentes,

luzeiros na noite,

catalisador,

concede impressões

entregue e só.

Disposta fatalidade,

intensidade igual

para tudo sentir.

Absoluto

na propriedade

de somente sentir.

No posto ilhado

observa a vida

que vem e vai

e assim compõe,

sempre o mesmo

retrato inflamado

de um estado

além de.

Dele mesmo.

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