Se eu te amo ainda?
Fiz dos meus dias
santuários de saudade
onde às vezes me farto.
Cerco-me e apego-me
às nossas coisas,
dos esboços, desenhos,
de cartas delicadas.
Que me amparem
as palavras gravadas.
E no colo da tua alma
que pressente
e me abraça, me deito
e regenero.
Percorro alamedas
como se escutasse
ainda teus passos
e o nosso riso ecoa
e energiza
o vinho na taça.
Deixo paralisado,
retido nos olhos
esquecido, ignorado,
o adeus não dado.
Porque encantada,
dividida, suspensa,
permanece a vida
ausente de estreiteza.
Meu mundo resume-se
ao tempo de espera.
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