Louca sei que sou,
tentando insistente
passar a limpo rascunhos
durante séculos esboçados,
como se a vida transcorresse
sempre em contínuo retoque.
Errante sei que vou,
Buscando entre
atalhos
o palco livre e aberto
para o melhor ato criado;
que a visão clara
me salve ou fulmine.
Atenta sei que estou,
ousando enfim inventar
a palavra perfeita,
que defina a poesia
percorrendo
impunemente as veias,
traçando imprudente o rumo
da minha normalidade.
E, num arremesso à
solidão,
quanto mais atenta,
louca e errante,
mais banida me faço.
Somente inteirada, cúmplice,
da ebulição das margens
que indesejáveis
e incontroláveis crescem.
Do livro
DO PARAPEITO VITAL
Nenhum comentário:
Postar um comentário