sexta-feira, 5 de março de 2021

MULHERES ÚNICAS


 

Há quem nos suponha

tal freiras em flagelo,

munidas de vergonha

presas em monastério.

 

Nem de longe imagina

o vigor em luas úmidas,

acaloradas em surdina,

das histórias vertidas,

 

das pequenas mortes

julgadas só platônicas,

mas decerto recortes

de memórias icônicas.

 

Em devaneios profusos

liberados na clausura

vêm sonhos audaciosos,

replenos de aventura.

 

Em tudo nós somos duais.

O vero ser que nos habita

é livre de itens contextuais.

Parece mais figura utópica

 

do que iluminadas em torpor

inventamos. Não morremos

na vil realidade, no horror.

Na poesia nos concebemos.


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