Paciência, enquanto águas
mornas
turvam, ardem, embaçam os
olhos,
nos levam a dependências
eternas
acompanhadas de exemplos
falhos.
Paciência, enquanto não
condizem
os fardos das infindas
obrigações
impostas a um corpo e induzem
ao silêncio diante das comiserações.
Paciência, enquanto reina a
tirania,
a astúcia do sarrista, do
impiedoso,
da brutalidade cruel, da egomania
explícita nos sarcasmos do
ardiloso.
Paciência, enquanto vaza a
lágrima
perante a dor e os frutos
revoltosos
inúteis, em amplitude que exprima
os hábeis artifícios inescrupulosos.
Paciência. Enquanto jazemos soturnos,
assistimos às bestialidades
impassíveis.
Gritos libertos em tormentos
noturnos
denunciam vãs atuações incoercíveis.
Paciência, enquanto esperamos
auroras
que ressuscitem as luzes da
esperança,
enquanto que ainda versemos metáforas
e a vida não anestesiamos na lembrança.
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