Da janela
espiando a chuva
molhar as
plantas,
eu e tanta
solidão.
O som,
cadenciado ou não,
que importa,
mania vã
de musicar
os ruídos.
Tento
acompanhar
o movimento
da folha pintada.
Não dá, é
lento demais
para minha
ansiedade.
Quinze de dezembro
tudo se
parece.
Não tem ano,
é igual a
dez, a mil...
Engasgo,
quero vomitar,
quero
chorar, entrar no ralo,
afundar na
terra.
Acenderam
uma lâmpada
em algum
lugar.
Sorrateiro,
fecho a janela,
quieto, com
perguntas perdidas,
esmagadas,
guardadas.
(Tão
fugitiva e cruel essa minha alma).
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