sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

ESTADO LEVE DA ALMA


 

Não nego, não escondo a imperfeição.

Sou constante e relutante buscadora

seguindo tenaz a travessia da intuição,

aliada a sempre realidade desafiadora.

Abreviado é o tempo para mudanças.

Aquieto ousada a ansiedade presente,

a impulsionar as imprevistas andanças

e atenta à clareza do risco eminente.

Dentro do que passou denso e célere,

tento acalmar minha alma sublimando

o sonho que foi. Por mais que impere

o gosto amargo há desejos clamando.

Somente a sutil poesia desfere coerente

suas teias amorosas que me enredam.

Sigo seus rastros, lanço-me à corrente,

esqueço as asperezas que me cercam.

Nas entrelinhas, dela me faço cúmplice.

Ao entranhar-me salva como vital parte,

liberto-me de alheios lemes e da sandice.

Entrego-me à simbiose, à leveza da arte.

 



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