segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

VÃOS RESSENTIMENTOS


 

Já dizia uma sábia mulher vivida:

enche a boca d’água e não escutes,

não permitas a ferocidade sorvida

alavancar rodamoinho de embates.

 

Não há resposta na hora da raiva,

reprime o choro que te avassala.

Tua certeza por mais que evasiva,

no momento será o que apunhala.

 

Nenhuma justiça será perfeita

diante da palavra que esbraveja,

toda atitude se manterá sujeita

ao furor da mágoa que craveja.

 

A vivência do que já foi harmonia

tornar-se-á esquecida e sepultada,

ao entranhar-se o fio da discórdia

nas vozes com violência exaltada.

 

Todos tem razão nas suas queixas

e todos a perdem na brutalidade.

Falta de diálogo, as duras ofensas,

jamais conduzirão à assertividade.

 

Quando se põe o rancor à frente

esquece-se da necessária leveza.

Que resista a outra face inerente

ao amor. Condiz com a natureza.


Nenhum comentário:

Postar um comentário