Nossos alicerces nos prendem
como raízes em terra árida.
O mesmo pão, o mesmo barro,
o limoeiro, um poço,
o escorregão no esterco.
Jamais o esquecimento Zé.
A urina escorrendo na parede,
uma bala melada,
uma engolida seca de pó,
vidro estilhaçado, o choro.
A mesma massa, o cheiro
de ar parado, palavras mudas,
o grito, o riso, o lixo,
um fraco toque de vida,
a comunhão, a escada.
Tudo estaria para sempre
antes das pálpebras, antes.
Jamais o esquecimento Zé.
Para nós dois como para tantos,
restará muitas vezes a sensação
de num repente estatelar-se
no chão do mundo
e no charco,
nem sentir-se no direito
de levantar para a guerra.
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