Ah coração! Subjugado
ao partir do seu próprio
e tantas vezes enganado
no mero rumo simplório,
guiado no senso comum.
Será coerente e correto
que se submeta a um
jugo absurdo e direto
do exato conhecimento,
do lógico, quando busca
explicações, discernimento,
quando a mágoa ofusca?
Fazer valer sentimentos,
quiçá alcançar plenitude,
dependerá de argumentos
alheios a sua explicitude?
Cabem todas as respostas
no seu ritmo descontrolado
à margem de feridas expostas
no ilimitado desejo imolado.
Que exploda e padeça
latejante
quando será mais que suportar,
mesmo que se curve rastejante
e se negue heroico a desertar.
Mesmo assim, até quando
Deus permitir vive somente,
desvirtua ânimos pontuando,
cumpre o trivial, o premente,
enquanto pulsar o que lhe
cabe.
Somente o coração pode perseguir
a luz libertadora que ele
sabe
na sombria escuridão distinguir.
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