Meus poros, meus olhos,
a angústia de momentos
que esvoaçam na memória,
ora cortando, ora cobrando.
Minhas mãos, minha garganta,
a pureza de um tempo
sem discernimento e sem retorno.
Meu corpo, eu inteira
preciso chorar, explodir
essa melancolia engasgada,
deixar de ser covarde, renascer
sem receio de ferir o mundo.
Preciso olhar no espelho,
acordar em mim mesma
a força esquecida ou anulada
recolher as cartas do jogo,
contar os pontos,
respirar auroras sem névoas,
respirar auroras sem medos,
se me derem licença,
se me derem licença
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