Nos devaneios das altas
noites
encantam-me divinas miragens,
colho frutos de sinais
inocentes
mas impelem-me às paragens.
Dispersa-me o efetivo que
vejo.
Como isolar a luz em redomas
quando alinhados em cortejo
seres se perdem em dilemas?
Paralisada no ponto suspenso
distende o tempo em sincronia,
quando em vão o sonho
pretenso
sobrevive altaneiro em sinfonia.
Inevitável agonia! Miro o
verso
e imagino uma ponte que
alcance
nos gelados corações um
acesso
e esbarre porventura de
relance.
Cegos, semimortos, impenetráveis,
surdos, se prostram nas
escadas
dos templos de causas
execráveis
enquanto jazem palavras calcadas.
Quem dera a poesia transformasse
as dores do mundo,
transmudasse
o que é desavença em harmonia,
em amor generoso o que
aturdia.
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