sexta-feira, 15 de maio de 2020

DO SILÊNCIO DO POETA


Entregou-se à emoção
sentindo antes do outro
traçando todas as vidas
com entrega e abnegação.
Não só o bom e o belo
percorreram sua essência,
assim como o verdadeiro
cruel, tudo ficou indelével.
Obedeceu ao seu interior
de onde fluíam palavras
indo ao encontro
do que lhe contavam
os olhos alheios.
Amoleceu corações,
enterneceu outros,
catalisou no âmago
toda dor recolhida.
Diante do caos
fez-se a catarse,
amalgamou se perdeu,
entristeceu, chorou
com a visão do fim.
Fechou a cortina da alma
e largou-se ao Deus dará.
Se a voz do poeta se calar
acabou a esperança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário