Da caixa de
escritos não publicados, dos anos oitenta por aí, estou recuperando muito de
mim. Cartas, bilhetes de amor, memórias
preciosas. Chego a dizer que o amor é uma célula que recebemos ao nascer,
somente a expandimos na nossa caminhada, e com a capacidade e a intenção de
doação, podemos amar, grandemente, fortemente. Célula eterna que se aprimora
sentindo. Esse resgate chamarei de Cartas Atemporais. Segue uma delas:
Não te devo
só um obrigada. Quisera te mostrar uma vida inteira de poesia, que agora
transborda, se afirma, transmuta a cada instante, a cada toque, a toda
contemplação. A magia e a emoção me tomam e só conseguirei demonstrá-las num
abraço, onde te deixarei compartilhar meu corpo, minha alma. Nossas auras se
fundirão e todos os seres que nos habitam estarão em harmonia. Renasceremos tal
fênix, em muitos segundos, tantas vezes, até esquecermos as cinzas. Serás nave/ave a voar lindo em nossa galáxia e
te permitirei desnudar-me sem receios e chamar-me de tua. Poderemos ser dois e
vagarmos cúmplices na apenas liberdade de sentir, aptos para enfrentar
tempestades, meteoros e gigantes. Jamais
os mesmos. Jamais só lábios e mãos, para quem já se descobriu criança, estrela,
cristal. E eu de nada valeria eu sei, sem a razão vital que é te ver receptivo,
fértil planeta, renascido e liberto, capaz (nem que seja momentaneamente) não
só de refletir, mas de ser paz. Plenos, completos, límpidos, grandes, luminosos
e iluminados, desencadeamos toda a motivação para que sobrevenha a poesia
célula, a que percorrerá nosso infinito, persistirá em qualquer trégua. Jamais
os mesmos. Não conseguirei nunca mais te excluir do meu universo. Vem, quero te
abraçar.
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