Acolhe-me eu imploro!
Perdem-se de mim
minhas vestes e em vão
as mãos tateiam retrancas.
Em meio às tensões
afloram fraquezas.
Olha-me como sou!
Reinventei tanto
e quando já nem sei,
desapeguei-me
das possíveis razões
e o amor cumulou
no pudor reverso
Visceralmente sangro
e me desfaço de mim.
Não há o caminho do meio
nesse tempo de silêncios.
Revela-se em mim eu grito!
Não me emancipa
a descoberta da solidão.
Um corpo só não basta
emoldurado no espelho
estraçalhado da memória.
Ama-me eu desejo!
Não exige explicações
o amor do avesso
visguento e ilógico,
nem a poesia
que brota abundante.
Em meio ao desalento
imito Michel Quoist
Aqui está, Senhor, esta noite,
todo o meu amor inativo.
Podemos amar pelo outro?
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