sexta-feira, 8 de maio de 2020

DISPENSANDO SIMULACROS




Há de ser lembrado
o olhar derramado
sobre a pele, as manchas,
as imperfeições,
enquanto toques de dedos
deslizam por um caminho
lento e imprescindível.
Há de ser lembrado
não contar o tempo
enquanto juntos se buscam
em ânsia de igual sentido
e julgam-se únicos
a irradiarem luz.
Há de ser lembrada
a história de vivas palavras
intensamente ouvidas,
quando de mãos dadas
se prostram no altar
dividido da devoção,
expurgando as mágoas.
Há que respirarem
descontroladamente
pequenas mortes,
no suor de corpos úmidos
e quentes, enquanto suportam
o paradoxo do tênue
e áspero elo que permeia
as conexões abundantes.
Antes de tudo, o amor

Nenhum comentário:

Postar um comentário